Com índices elevados de obesidade na capital de Rondônia, nova medicação aprovada no país reforça a importância de orientação médica e mudança de hábitos

Porto Velho, RO - A luta contra a obesidade em Porto Velho ganha um novo aliado com a chegada da Tirzepatida, caneta injetável aprovada recentemente no Brasil para o tratamento da doença. Embora recém-liberado para essa finalidade, o medicamento já era conhecido por seu uso no controle do diabetes tipo 2 e agora chama a atenção de quem busca alternativas para perder peso de forma mais eficiente.

A urgência desse debate é reforçada pelos dados mais recentes do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), que indicam uma evolução preocupante nas taxas de obesidade em todo o país — e também em Porto Velho.

A capital rondoniense apresenta índices elevados: mais de 22% dos homens e 21% das mulheres da cidade foram diagnosticados com obesidade. No cenário nacional, a prevalência da condição mais que dobrou ao longo dos últimos anos, reforçando a necessidade de estratégias que vão além da medicação.

Para esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre o tema, a endocrinologista Renata Bussuan, Coordenadora Nacional da Pós-graduação em Endocrinologia e professora da Afya Educação Médica de Porto Velho, comenta os principais mitos e verdades sobre o uso desse tipo de medicação.

As canetas foram criadas para ajudar a perder peso.

  • Mito

Essas medicações foram inicialmente desenvolvidas para tratar a diabetes tipo 2, mas observou-se uma significativa perda de peso nos pacientes, o que levou à sua aplicação também no combate à obesidade.

“Tanto a diabetes quanto a obesidade têm como base a resistência à insulina, uma característica da síndrome metabólica. Por isso, os medicamentos criados para uma condição podem ser eficazes para a outra”, explica Renata Bussuan.

Essas canetas realmente funcionam para emagrecer.

Verdade

Elas atuam em hormônios intestinais que controlam glicose, apetite e metabolismo da gordura, provocando perda considerável de peso.

“No entanto, é fundamental entender que a medicação não atua sozinha. Sem mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada e atividade física, o risco de efeito rebote é alto. O paciente pode perder massa muscular, o que diminui o gasto calórico e favorece o reganho de peso”, alerta a especialista.

É necessário fazer dieta e exercícios durante o uso.

  • Verdade

Apesar da ação metabólica das canetas, a reeducação alimentar e a prática de exercícios são fundamentais para garantir resultados duradouros.

“Quando o paciente não muda o padrão alimentar nem incorpora atividade física, a perda de peso tende a ser temporária. Além disso, sem exercício, ocorre perda de massa muscular, o que reduz o gasto energético do corpo e prejudica a manutenção dos resultados”, reforça Bussuan.

Canetas emagrecedoras são seguras para qualquer pessoa.

  • Mito

O uso da medicação deve ser sempre feito com prescrição e acompanhamento médico. Alguns grupos de risco devem evitar o uso.

“Pacientes com histórico de carcinoma medular da tireoide ou com pedras na vesícula (litíase biliar) precisam de avaliação criteriosa. Nesses casos, há risco aumentado de pancreatite, e o uso da medicação pode ser contraindicado”, destaca a endocrinologista.

Além disso, são relatados efeitos colaterais como náuseas, vômitos, constipação intestinal e até desidratação, já que alguns pacientes relatam perda da sensação de sede.

Essas canetas viciam.

  • Mito

Não há evidência de dependência física associada ao uso das canetas.

“O que pode acontecer é o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico, impulsionado pela busca rápida por resultados. A obesidade é uma doença crônica e, como tal, exige tratamento contínuo, assim como ocorre com a hipertensão ou dislipidemia”, afirma Renata Bussuan.

“Em alguns casos, o tratamento será apenas com mudança de estilo de vida; em outros, será necessária a manutenção da medicação por longos períodos — sempre com orientação médica.”

Saúde em foco e educação médica em constante evolução

A medicina evolui a cada dia, e a formação médica precisa acompanhar esse ritmo. Por isso, a Afya Educação Médica de Porto Velho, integrante do maior hub de educação e tecnologias para a prática médica do país, reforça seu compromisso com a formação de excelência.

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